sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Canto do Medo

A rosa é a poesia,
cada pétala, cada verso;
cada pétala, cada riso
e o mundo e xenofobia
e o mundo é medo.
A brasileira riscou em sua pele o SPV,
na alma,
na carne
e em seu futuro puro
e destruído!

A rosa é a vida
linda em cores e espinhos
eu já nem sei seu nome
onde ponho meus pés,
onde canto minha lira...
a coral enredou-se na árvore,
comeu o ninho,
e o PT incomoda porque cresce,
cresceu,
e vozes descabidas
que reinavam pelo rei
gritam seu medo
o mundo é só xenofobia
o mundo é só medo!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A Periferia Vagalume

Ontem a noite a CEMAR fez de minha pobre vila descalça, Vila JPII, um vagalume foram 16 cortes rápidos de Energia Elétrica, sem explicações e sem justificativas. Assim, nossa vila além de esburacada e descalça recebe um novo título a de Vagalume Periférico. Viva o Maranhão dos Sarneys e dos Lagos!
Viva!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Dois Pequenos Comentários

1) Estranhamente, a Grande Mídia pede a Extadição de Batisti, sem se importar com a declaração de entreguismo que se fazem. Não que Batisti seja inocente, ninguém é Inocente na Luta por uma sociedade mais justa; aliás justiça foi o que faltou quando o julgaram na Itália.QUANDO O BRASIL PEDIA A EXTRADIÇÃO DE CACCIOLA, nenhum veículo da Grande Mídia foi tão fervoso em defesa do Brasil Claro, CACCIOLA É SÓ UM LADRÃO DE COLARINHO BRANCO, COMO TANTOS OUTROS QUE AINDA ESTÃO SOLTOS E COMENDO NO BRASIL.

2) Mesmo na Administração Pública, muitas vezes o resultado não é só eleitoreiro, às vezes se avalia o técnico e o finaceiro e um "Pequeno" ocupa o lugar que "um grande" acha que é dele, mesmo aqui em Açailândia.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sobre Nós, o Céu e o Mar

Creio no sonho,
na prosa,
na poesia,
no inverso de minha agonia
e na imensidão do girassol!
Sei que você sorri
rindo de mim,
de meu querer que lhe tenho
e de meus versos...
Mas preciso de seus lábios,
da avidez de seu amar,
do gozo infindo em seu olhar,
porém entre nós há um mar
que obstaculiza,
uma profunda baliza
a nos cercear...
Meu ser de ego imenso
e seu desejar intenso
Não conseguem superar,
nos permitir amar!
Somos dois,
unos afastados em paralelas
a voar raso...
Jamais alcançaremos vôo pleno
jamais teremos nosso voar,
entretanto,
jamais é tão distante
e o infinito é bem ali
entre o céu e o mar!

Pequeno Texto Atual

Mãe e filha


A chuva fina caiu à noite inteira enquanto o vento gelado varria as descalças e vazias ruas de minha pequena vila. Porém o cenário de inverno era incoerente com o período do ano, final de verão, o local, tão próximo da linha do Equador e, principalmente, com o sentimento dos moradores de nossa vila, agora com água abundante para suprir nossas necessidades básicas.
Nossa vila foi fundada em novembro de 2005, um mês antes do Natal e, nós, seus moradores, estávamos a sofrer com a escassez desse líquido precioso desde então; como sofremos com a irregularidade do ônibus, como sofremos com o excesso de animais soltos em nossos quintais, como sofremos com o fato de nossas ruas serem descalças e como sofremos com o fato de nossas crianças estarem sendo criadas descalças devido a nossa pobreza.
Não podemos deixar de dizer, entretanto, que apesar dos pesares somos felizes moradores de casas de alvenaria, com ruas iluminadas, saneadas com pequenas fossas e sumidouros, nossas ruas são piçarradas, e temos um transporte coletivo mesmo que defeituoso e irregular. Vilas mais velhas não têm isso tudo, algumas nada tem.
Claro que essa justificativa é injusta; injusta conosco, mas principalmente, injusta com os moradores de outras vilas de nossa descalça e hoje já não acéfala cidade.
Açailândia tem a cara de seu acefalismo anterior ou ulterior, se é que aquele e esse verbete cabe aqui, a maioria de suas ruas nada tem de infra-estrutura urbana, ou quase, cresceu desordenadamente, indevidamente num desenvolvimento com diversos ciclos de explosão demográfica e não teve administrador ou administração que lhe corrigisse, que lhe ofertasse aparência de cidade. Cresceu sem rumo, sem prumo, descalça e acéfala, tornou-se maior que a imaginaram.
O povo, quase todo ele imigrante que veio “fazer a vida” e quem sabe retornar, nunca se preocupou de fato com a aparência da menina-cidade-crescida. Os imigrantes em sua maioria ruralistas, também não se preocuparam com educação, saúde e cultura; diga-se aqui, porém, que cada um trouxe sua cultura, só que Açailândia não antropofagiu, culturalmente isso é necessário para que se crie uma identidade cultural própria, por enquanto além de descalça, Açailândia se vai numa Babilônia de culturas, com alguém querendo lhe por ordem, dar-lhe rumo... Mas descalça, ela caminha, com as escavações para os alicerces de sua trajetória de cidade-região abertas em cada criança nati-viva que cresce em suas ruas; assim como minha vila descalça, sua filha.


Açailândia, 06 de março de 2006.